Não obstante todos os esforços da população de Minde, que na sua quase totalidade apoiou a luta para evitar a extinção do Agrupamento de Escolas de Minde, parece que esses esforços estão perto de se tornar inglórios.
Com efeito, o DRELVT (direcção regional de educação), sustentada na posição favorável, no apoio e na força dada pela Câmara Municipal de Alcanena, forçou a criação de uma Comissão de Gestão Provisória dos Agrupamentos, a qual terá como tarefa proceder num ano à transição entre os 3 agrupamentos existentes e o novo mega-agrupamento de Alcanena. Isto foi feito sob pressão, à margem da lei, invocando-se leis inexistentes, despachos e instruções inexistentes e que nunca foram mostrados a ninguém.
Noutros concelhos, em que as respectivas Câmaras recusaram, não existiram agrupamentos verticais a ser extintos nem direcções escolares e conselhos gerais a cessarem funções de um dia para o outro.
Entretanto, o projecto para o Centro Escolar de Minde foi já suspenso com efeitos imediatos e, simultaneamente (se todos os projectos em Portugal andassem assim...), o Centro Escolar de Alcanena irá ser revisto e aumentado (já estava com um custo de € 2 milhões, contra € 200 mil do de Minde, sendo que a Dra. Asseiceira disse com testemunhas que isso não podia ser e que iria aumentar substancialmente o de Minde...). Na verdade, a passada semana já estiveram empreiteiros na Escola Secundária de Alcanena, a projectar e orçamentar o custo de um aumento da capacidade das salas de aula e de outros equipamentos...
Esta mudança e extinção de agrupamento vai ter efeitos dramáticos na nossa terra. As Escolas de Minde provavelmente irão passar de um projecto educativo de sucesso para uma escola esquecida e com tendência à desertificação, ficando sujeitas aos mandos e desmandos de Alcanena. Voltaremos a ter alunos, professores, funcionários e pais de 2.ª categoria.
A isto tudo, respondeu a Dra. Fernanda Asseiceira com um apoio sem limites a esta medida, nem sequer cuidando de a fundamentar ou de a assumir. Da parte do vereador Luís Pires, para lá das palhaçadas do costume (desta vez apimentadas com umas quantas mentirolas...), nada se viu!
O Agrupamento de Escolas de Alcanena será a partir do próximo ano dirigido por uma estrutura constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e 4 assessores, passando a existir um Coordenador de Escola em cada uma das escolas pertencentes ao agrupamento (só em Minde terão de existir 2 ou 3). Por aqui se vê que o objectivo desta medida não foi a racionalização humana ou económica (como se isso alguma vez fosse fundamento para uma coisa destas!).
A realidade a partir do próximo ano será o atendimento nas várias escolas de Minde serem recebidos por uma secretária, para remessa imediata para Alcanena, onde todas as questões, problemas e queixas serão processados. Está-se mesmo a ver que funcionará bem...
Começará agora uma verdadeira luta de trincheiras pelos responsáveis de Minde, que terão de lutar em todas as reuniões, em todos os projectos, todos os anos, para tentar adiar aquilo que muitos em Alcanena já prevêem: o esvaziamento progressivo e calculado das escolas de Minde.
Tal começará com a afectação de horas e turmas a Alcanena. Depois passará pela transferência de alunos para Alcanena de terras vizinhas. Aos poucos, a Dra. Asseiceira e outros responsáveis da Câmara e das Escolas de Alcanena conseguirão os sues intentos: que muita gente se pergunte, inclusivamente em Minde: mas afinal, para que é que serve ter uma escola em Minde…?
Lembrem-se desta previsão, que o dia, se alguns não o conseguirem impedir ou adiar, estará para breve.
Ps: Para a posteridade, fica aqui o link do relatório de avaliação externa às escolas de Minde, em Março deste ano, pela Inspecção Geral das Escolas. Os resultados falam por si! "Muito Bom" em todos os capítulos.