A questão das reformas: um exemplo prático do (muito) que vai mal em Portugal

Para variar dos temas locais e porque também no concelho muitos discutem isto: hoje ao almoço o tema foi a polémica questão das reformas, principalmente no sector público. Parece-me que o que falta é explicar a muita boa gente o quanto é que efectivamente descontaram e como é que funciona o regime da segurança social em Portugal. E também que o sector público tem reformas muito mas muito acima do sector privado.
Se há alguma justiça e equidade neste país, todas as reformas (designadamente anteriores a 2005) deviam ser recalculadas de acordo com as mesmas regras (obviamente estabelecendo-se um patamar mínimo - entre 10% a 15% - de possível descida das reformas dado que muitos reformados adaptaram a sua vida ao que recebem  e não podem ver-se agora abruptamente cortados de uma fatia enorme do seu rendimento mensal).

Mas para mim, chocante chocante são as reformas políticas e não contributivas. E um exemplo fantástico é o da actual Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.

Esta Senhora reformou-se aos 42 anos, por ter sido 10 anos (entre os 32 e os 42 anos) Juíza Conselheira do Tribunal Constitucional, com uma reforma que é, actualmente, de 7.255 euros... Esta Senhora deverá ter trabalhado, até à reforma, cerca de 19 anos (entre os 23 e os 42 anos). E reforma-se com uma reforma destas...

E, por ex., se viver até aos 85 anos (espero que até mais), sabem quanto vai receber de reforma desde que se reformou aos 42 anos (obviamente há acertos e variações ao longo dos anos...) ?

4 367 510 Euros (quatro milhões trezentos e sessenta e sete mil quinhentos e dez euros). Brutos.

Há muita coisa que ainda tem de mudar.