11/04/2007

conversas de café

Há uns tempos, um amigo meu comentava num café: mas afinal, que é que Minde precisa agora? Está assim tão necessitada de coisas? Tem piscinas, mercado, escolas, parque de jogos, com um pavilhão novo e moderno e dois campos de futebol relvados, tem um lar da 3.ª idade e uma creche, a canalização está a acabar de ser instalada, a zona industrial finalmente arrancou. O CAORG, a Banda, a Caritas e outras instituições de relevo continuam a sua actividade. Há actividade de cariz social e humanitário.

O Jornal de Minde está aí para durar, enquanto quem lá está se aguentar. Há um Portal na internet, depositário de dados e conhecimento da vila que fazem corar de inveja portais de grandes cidades. Os passeios foram construídos, as rotundas também e a vila sofreu uma extensa (discutíveis os seus méritos) renovação urbana, que alterou o tráfego dentro do centro histórico da terra. Há um bar da internet, há largos anos uma paragem do expresso, vários serviços.

Temos um cine-teatro e, muito importante, um grupo de teatro implantado, em grande actividade e que vai registando novas adesões. Agora também temos um núcleo de escuteiros. E temos muitas mais coisas.

A sociedade civil de Minde cada vez se mexe mais. Em 2006, assistimos à recuperação da capela do cruzeiro, à recuperação do posto de turismo, à continuação do projecto Jazz Minde, à festa no largo do Estaminé, aos torneios de futsal, etc, etc, etc.

Então, dizia o meu amigo (de outra terra, claro), mas afinal, o que é que vocês precisam?

De muita coisa, respondi eu. Uma terra que se contente com o pouco que já tem, está condenada a definhar...

Mas há uma coisa em que ele tem razão. Minde está quase a entrar na fase em que necessita é de uma visão, de um impulso, de um booster que a leve a avançar, a dar um salto qualitativo, principalmente cultural e social e traga grande retorno, a nível de notoriedade da terra e a nível económico. De um evento ou conjunto de eventos que a façam aparecer no mapa. Do que necessitamos agora é de líderes que consigam criar ou pensar numa ruptura, que apoiem uma ideia inovadora, algo que nos faça crescer.

Bilbao teve o seu museu. A Figueira da Foz um torneio de futebol de praia. O Marco de Canavezes uma Igreja com grande apuro arquitectónico que desencadeou um movimento de expansão da terra. Outras terras têm um festival de qualquer coisa conhecido, algo que faz as pessoas pensarem na terra e em visitá-las. Algo que, sendo mais que uma comum indústria, seja um algo que crie postos de trabalho e dê retorno económico.

À primeira vista, poderemos ter um cluster na natureza. Na mata, nas serras, no parapente, nas grutas. Nos passeios de montanha. Na fotografia, etc, etc. Na cultura. Não sei se será por aqui, mas acho que Minde – e o mesmo é válido para o concelho de Alcanena – já merecia alguém para liderar e apoiar uma coisa destas, mesmo que ela parta da sociedade civil.

Pensar Minde

ps.: Está aí um projecto que poderá ser um verdadeiro cluster para a região: o NATURA MINDE, já a ser anunciado no blog Xarales, do Pedro Micaelo. Esta ideia, combinada com outros projectos que andam a circular por Minde, poderia transfigurar a nossa zona.

04/04/2007

o estado das coisas

Pedia a todas as pessoas com responsabilidades no concelho de Alcanena e na freguesia de Minde, mesmo os membros da sociedade civil, para lerem com atenção os artigos no Jornal de Minde assinados por dois Mindericos incontornáveis, Agostinho Nogueira e Rogério Venâncio. E, já agora, também o desabafo de 1 de Abril de Vítor Coelho da Silva, no minderico.com.

Tudo isto começa a assumir contornos de caricatura.

Não há ninguém que queria explicar as últimas acções e omissões de quem por aqui nos vai (des)governando?

É preciso ponderar seriamente nisto tudo. Andam pessoas a gozar à fartazana com Minde, permitam-me o exagero.

Penso que não será necessário apontar na rua e escarnecer de quem escolheu e votou neste elenco partidário, ou de quem, de tantos e tantos Mindericos, resolveu colocar na freguesia o actual trio...
Mas acho que já vai sendo tempo de se começarem a enviar alertas para todas as entidades com responsabilidades e que possam fazer algo em relação a este estado de coisas.
Pensar Minde