27/12/2006

A taxa de Derrama em Alcanena

Inteiramente de acordo com este artigo no Portal Minderico: www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=177533.
Os políticos tendem a ter um discurso politicamente correcto, tendem a passar a mão pelo pêlo de gregos e troianos. Neste momento de crise económica, política e social em que vivemos, precisamos de políticos que saibam pôr os pontos nos “iis”. Por isso é que a esmagadora maioria dos portugueses está com o 1º-Ministro José Sócrates e por isso é que é muito difícil alguém dizer mal dele ou das políticas, sem ficar alguém embasbacado a olhar.
Do que precisamos em Alcanena/Minde é de um José Sócrates. Alguém com um rumo e que não tenha medo de cortar a direito e definir políticas de médio-prazo para levantar o concelho.

Mas o que me leva a escrever são os recentes artigos, no Público e no Diário Económico, acerca das TAXAS DE DERRAMA para 2007.

Sabiam VExas. que o concelho de Alcanena desceu este ano a sua taxa de derrama, que estava fixada no máximo de 10%?

Motivo para aplauso? Não me parece. Antes pelo contrário.
É que a descida parou nuns singelos e surpreendentes 8%...!

Numa altura em que a indústria concelhia está a definhar (as fábricas de Minde estão a ser forçadas a reduzir efectivos), a Câmara Municipal de Alcanena, em vez de fixar a derrama em 0% – como a maioria dos concelhos portugueses a necessitar de empresas – fixa-a em 8%...

Para quem não sabe, a derrama é uma taxa que reverte para os municípios e que incide sobre a colecta de IRC das empresas. Actualmente, tem um máximo de 10%. Em 2007, com a nova lei das finanças locais que está em fase de apreciação da constitucionalidade (ainda gostava de saber qual a opinião das nossas forças políticas a esta lei...) a derrama vai ter um máximo de 1,5%, mas vai passar a incidir sobre o lucro tributável das empresas, o que na prática vai determinar que a base tributável vai aumentar e abranger muitos mais contribuintes (por ex.: os prejuízos fiscais reportáveis de anos anteriores e eventuais benefícios fiscais dedutíveis à matéria colectável deixam de ter qualquer impacto na derrama a pagar).

Neste momento começa a ficar claro que uma das soluções para Portugal seria ter uma política fiscal muito competitiva. Uma taxa de IRC de 10% ou 15%, por exemplo. Ora, a política das mentes brilhantes que aqui nos vão governando é somar à actual taxa de IRC de 25% uma taxa de derrama de 8%.

Se já é difícil captar indústria para Alcanena/Minde, acham que é assim que a vão captar?

Meus senhores, é tempo de acabar com esta aberração. Para mais, quando o rendimento que o Município tira desta taxa (que, com tranquilidade, desconheço) será muito diminuto, pois, como sabemos, neste momento as pequenas e médias empresas raramente apresentam lucro.
Mas, com a alteração à lei das finanças locais, muitas mais empresas irão pagar derrama. A machadada que o tecido empresarial está a levar vai ser muito maior.

Ganhem coragem, tenham visão e inteligência e coloquem a taxa de derrama a 0%.

Cumprimentos natalícios,
Pensar Minde

15/12/2006

declaração voto PSD na câmara

Através da vereadora na Câmara de Alcanena, Ana Cláudia Coelho, foram publicadas no Portal Minderico algumas rubricas do orçamento da Câmara.

Para minha surpresa, a Câmara já está a contemplar uma zona ou área industrial junto à A 1, presumo que no norte do concelho! É a prova que a sociedade civil, quando se mexe, funciona. Tanto se pediu, reclamou, ralhou, que o executivo camarário foi forçado a render-se às evidências, para mais quando, avançando 1 km em direcção a Fátima, já vemos uma área industrial a avançar a todo o vapor...
"O que tem que ser, tem muita força..." - sabem quem é que disse isto?

Como diz VMCS no minderico.com, temos de perguntar:
Qual é a posição dos outros partidos em relação a isto?
A dra. Asseiceira concorda? O eng. Meneses, já disse alguma coisa?
O vereador João José Silva?
E o PP?
E o PCP, com o Sr. Valdemar Henriques e seus correligionários de Minde, tão activos e com tantas ideias aquando das eleições?
E na junta? O Sr. António Fresco, a assembleia de freguesia, não têm nada a dizer quanto a isto?! Não é um assunto com importância para haver discussão, deliberação e tomada de posição?
E mesmo o grupo IFM, que se candidatou à Junta de Freguesia de Minde, só com membros do Covão do Coelho e do Vale Alto? Só serviram para as eleições, para fazer barulho?! Numa coisa tão importante e que os afectará directamente, não têm nada a dizer?!

Sabem o que é que se passa?
Está tudo a marinar, porque esta malta gosta de mostrar serviço é próximo das eleições e nas campanhas eleitorais.
Vão ver, nessa altura eles é que avisaram, eles é que defenderam, eles é que tiveram ideias...

É mentira. As oposições em Alcanena/Minde estão neste momento adormecidas.

Pelo menos que se saiba, porque a Câmara de Alcanena, com o dinheiro pago a informáticos e a técnicos nem consegue ter um site minimamente em condições nem disponibilizar as actas da assembleia municipal deste ano (actas essas que, rendo daqui homenagem ao secretário da assembleia, são normalmente um primor de pormenorização, qualidade descritiva dos trabalhos e facilidade de identificação dos assuntos e pessoas que tomam a palavra).

nota: O PSD parece que está a favor, pelo menos refere-se na declaração de voto que: “
6 - Foram consideradas as seguintes propostas do PSD:
a) Planos de Pormenor dos terrenos Junto à A1 para instalação de novos negócios / indústria
;”
Isto diz respeito à área industrial a criar no norte do concelho?

Um ponto importante também destes documentos previsionais é a taxa de realização dos investimentos projectados. É miserável! Miserável mesmo.
Esperemos que a Câmara não tenha a desfaçatez de efectuar uma engenharia orçamental, com os montantes aprovados e não realizados a serem reduzidos de ano para ano e servir para esconder/tapar outras despesas e dívidas...

Cumprimentos,
Pensar minde
.
CORRECÇÃO(19.12.2006):
Infelizmente, este post está errado. A área industrial referida na declaração de voto do PSD Alcanena não é a propalada zona industrial a criar no norte do concelho e da freguesia de Minde. Diz respeito, isso sim, à área industrial na zona da entrada da A 1 (p/ Lisboa e Porto) e da A 23 (p/ Torres Novas), como foi bem observado imediatamente nos comentários.
É pena. Pelos vistos, tanto o executivo camarário como um dos principais partidos políticos em Alcanena (e, sublinha-se, o partido que sempre ganha na freguesia de Minde...) não propôs à Câmara a execução de uma zona industrial no concelho e ainda não teve a frontalidade democrática de nos oferecer a sua posição relativamente a isso.
Vamos esperar por 2009?
Pensar Minde - 19.12.2006

11/12/2006

O referendo ao aborto

Trago hoje aqui ao blog um tema que a mim é-me pessoalmente muito caro.
O referendo à interrupção voluntária da gravidez, vulgo IGV, que foi marcado pelo Presidente da República para o próximo dia 11 de Fevereiro de 2007, terá a seguinte pergunta: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?” (pergunta igual à do anterior referente de 1998).

Adianto já que votarei SIM nesse referendo. Tal como já votei em 1998 e por todas e mais algumas razões, que depois exporei, mas que neste momento já são sobejamente conhecidas da generalidade dos portugueses e, estou certa, dos Mindericos e alcanenenses.

A título de curiosidade, fui desencantar os resultados do anterior referendo, a nível nacional, concelhio e, claro, na freguesia de Minde (resultado que me deixou pessoalmente frustrada):

Resultados Nacionais:

SIM...........48,28%
NÃO........ 50,07 %
Brancos.......1,07%
Nulos.......... 0,57%

Abstenção.........68,11%

Concelho ALCANENA:

SIM............56,17%
NÃO..........43,83%
Brancos........1,31%
Nulos...........0,83%

Abstenção.........66,13%

Freguesia de Minde


Inscritos................2796
Votantes...............1133.........40,52%
Abstenções.........1663.........59,48%
Brancos ...................19........... 1,68%
Nulos .......................11........... 0,97%

SIM........... 400.................36.26%
NÃO...........703.................63.73%


Através da minha pessoa, o blog ‘Debater Minde’ fará campanha activa no próximo referendo de 11 de Fevereiro de 2007 pela votação no SIM e, acima de tudo, pela participação maciça dos Mindericos e Portugueses no referendo. Contamos influenciar algumas centenas de Mindericos e alguns milhares de Portugueses a partir deste blog...

Bjs mindericos,
Polge do Ninhou

08/12/2006

Chamada de atenção - ZI Minde

Aconselha-se a leitura do post do PM no Minde Online, respectivos comentários e a ainda a acta do executivo camarário aí referenciada:

Links:

E também em:

http://www.minderico.com/minderico/artigo.asp?cod_artigo=177069

nota: links respeitantes ao blog Xarales e ao portal Minderico.

A posição do Debater Minde em relação à zona industrial é igual à de todos os mindericos que se ouvem falar. Já vem tarde, muito tarde! Foi (é) o espelho da falta de competência e de vontade política dos sucessivos executivos camarários dos últimos anos.

E não só. As oposições também têm a sua quota-parte de culpa neste processo. Pequena, é certo, mas há culpa, porque podiam ter feito muito mais, pressionado muito mais.

Pensar Minde

06/12/2006

gerações

Relativamente a uma proposta de um comentarista, claramente provocatória:

Minde sempre foi uma terra de comerciantes, empresários e, no último século, de industriais.
Ao contrário do espírito do comum Português, os Mindericos souberam ir mais além que o mero comércio (entendido como a compra e venda de um produto para vender com mais-valia), e começaram a produzir os seus produtos, inicialmente as mantas de Minde e depois a malha exterior (embora existam ou tenham existido outro tipos de indústrias/produtos).

O Português não tem na sua matriz a produção. O Português gosta de estar na última fase, nas vendas e no comércio puro e duro. Claro que os Mindericos sempre tiveram esse ofício – a nossa fama precede-nos –, tendo-o aprimorado de tal maneira que deu origem a um linguajar: o Calão Minderico – um dos nossos “ex-libris”. Mas acabaram por ir mais longe.

Um dia, quando o Museu do Têxtil de Minde estiver feito poderemos analisar e falar melhor dessa história (só um reparo: penso que um Museu apenas do Têxtil numa terra do tamanho de Minde não será grande ideia, mas...).

Se os industriais de 1ª geração eram ou não melhores que os da 2ª ou 3ª?!!
Entende-se a 1ª geração como os que inicialmente criaram fábricas ou como todos aqueles que criam um negócio ou uma fábrica de raiz? Para o que eu vou dizer é indiferente.

Ninguém pode afirmar quem era melhor ou pior. Isso seria uma estupidez! É o mesmo que dizer quem é melhor, se o Maradona ou o Ronaldinho, se o Fangio ou o Shumacher.
E o que é um melhor industrial? O que faz as melhores malhas? Que faz as malhas mais resistentes, as mais bonitas ou as mais quentes? Que ganha mais dinheiro? Que tem o maior volume de negócios? Que emprega mais trabalhadores? Que paga melhor aos trabalhadores? Que paga mais ou paga menos impostos? Que investe mais? Que tem mais clientes? Que tem clientes há mais anos?

Nos de 1ª geração haverá os bons e os maus, os gordos e os magros, os feios e os bonitos, os ladrões e os honestos, os com sorte e com azar, os com amigos e os sem amigos, os espertos e os burros, os com visão e os sem visão, os grandes e brilhantes, os medíocres e cinzentos, etc., etc..
Na 2ª, na 3ª , na 4ª e nas outras idem...

A evolução da sociedade e, principalmente, da conjuntura económica, social e tecnológica nos últimos anos impede qualquer comparação.
Determinar o que é que aconteceria se as fábricas que existiram fossem criadas hoje é que será mais fácil. Acho que é claro como água que seria impossível criar as fábricas de Minde – as actuais e as que já existiram – hoje.

O sector têxtil actualmente – e a maioria dos sectores – é hoje muito diferente, para muito, muito pior, do ponto de vista de Minde e dos Mindericos. Alongava muito este post se me debruçasse sobre toda a conjuntura que colocou os têxteis em crise. Se há sector onde propriamente se pode falar em grande, grande crise nacional (e europeia) é o “nosso”. Tudo o mais que for falado, principalmente por pessoas com má vontade, ressabiados e normalmente sem qualquer conhecimento do que estão a falar, é conversa da treta. São os chamados sacos de vento.

bjs Mindericos,
Polge do Ninhou

ps: Relevem é eu não ser nenhuma expert nisto, nem sequer em história Minderica e que se calhar até me esqueci de mencionar alguma coisa importante...

04/12/2006

Apresentação

Aí está mais um blog de Mindericos, para Mindericos e essencialmente sobre Minde.

Nascido da evolução tecnológica, da vontade dos autores em escrever sobre Minde, do relativo sucesso de outros blogs de Mindericos (xarales, rede minde.eu, tou ca neura, etc), do apelo à criação de blogs Mindericos pelo incontornável, controverso e essencial Portal Minderico, muitos factores estiveram na origem deste blog, que também quer demonstrar que a sociedade civil Minderica, sempre mexida, insatisfeita, orgulhosa e saudavelmente descontente, continua viva.

Aqui, pretende-se uma discussão sã e construtiva de assuntos relativos a Minde, ao concelho de Alcanena, às entidades e pessoas Mindericas. Lateralmente, poderão ser abordados temas com maior abrangência, que se justifiquem dada a pertinência, o interesse ou polémica que despertem nos autores ou nos comentaristas que desejarem ver um tema debatido.

Não se vão fugir a temas ou evitar tomar posição quanto a eles. Aliás, será apanágio do blog tentar tomar posição. Correctas, fundamentadas, justas ou unânimes, logo se verá.

Na génese do blog estão duas pessoas, que por razões puramente egoísticas optarão por manter o anonimato, sem prejuízo de ele ser levantado em caso de necessidade e por vontade individual de cada um dos autores. Espero que perdoem essa covardia e vergonha. Vários motivos estão por detrás desse anonimato, o qual foi ponderado. O anonimato será também permitido, quer a comentaristas, quer a futuros autores do blog.

Quanto às pessoas, somos um xaral e uma xarala, na chamada idade do meio, a viver em Minde, criados em Minde, sem ligações partidárias (muito) evidentes, que pretendem, enfim, deixar escritas as suas opiniões acerca de vários temas e contribuir para Minde, sem quaisquer pretensões ou ambições.

Esperemos que se divirtam tanto como nós com este blog.

Os fundadores,

Pensar Minde e
Polge do Ninhou