30/01/2009

Crise e Insolvências

São impressionantes as notícias de empresas a anunciar despedimentos e a entrarem em insolvência; empresas que há alguns meses apresentavam números fortíssimos, imagens de marca inabaláveis, com robustez à prova de bala.

A crise já chegou às nossas portas, com empresas históricas do concelho de Alcanena a entrarem em insolvência, a começarem a andar com salários em atraso, etc..

Em Minde, com a indústria baseada no sector têxtil, fustigado por uma crise conjuntural sem precedentes há muitos muitos anos, é de admirar, por esta altura, ainda não termos notícias tão ruins como aquelas que temos ouvido em Portugal e no resto do mundo. Mas, provavelmente, não tardarão, porque não estamos numa ilha e, não tenhamos dúvidas, o sector têxtil é dos que mais sofrerá com a crise, pois à concorrência de países asiáticos e de leste, de produtos diferenciados e muito mais baratos, juntam-se agora as falências sucessivas e sistémicas de clientes e fornecedores, as dificuldades em cobrar facturas, a dificuldade em aceder ao crédito bancário – mesmo com avales pessoais de sócios e hipotecas de prédios sociais e pessoais. Se a isto juntarmos um regime fiscal anacrónico, nomeadamente no IVA, um regime de segurança social com impacto excessivo nas contas de uma empresa, um regime laboral da idade da pedra, em que os custos para reestruturar uma empresa a nível laboral não compensam relativamente ao seu fecho, um sector com custos de produção e tecnológicos elevadíssimos, sem margem reestruturação produtiva, temos uma ideia – uma pequena ideia, sublinhe-se – do que os empresários do sector passam neste momento.

Uma coisa é gritante ao longo de todos estes anos. E completamente incrível.
Como é que é possível a Câmara Municipal de Alcanena nunca ter tido uma ajuda, uma reunião, uma acção, uma mera palavra para a indústria têxtil de Minde, para os seus empresários e trabalhadores?

Isto raia o absurdo e contado a alguém fora de Minde ou Alcanena, ninguém acredita. Nos últimos dez anos, no mínimo, nada foi feito a nível camarário para tentar inverter a crise e o declínio de uma indústria. Nem sequer uma reunião tiveram ou procuraram.

Isto seria possível noutro concelho…, com uma indústria com o mesmo peso social e económico relativo?

A Câmara tratou tão mal o sector dos curtumes como tratou o dos têxteis…?

Só espero que as eleições venham depressa, para pôr a andar depressa esta cambada de tachistas e incompetentes, que de governar e trazer bem-estar, comodidade e progresso à população nada sabe.
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nota: Este texto não é da minha autoria mas de um amigo. No entanto, como já aqui uma vez declarei, subscrevo-o totalmente. Espero que o final desta crise venha depresa (para o início de 2010, penso), que a maioria das empresas e dos postos de trabalho se mantenham e, claro, que esta história triste que foi o governo ICA em Alcanena nos últimos anos acabe e seja substituído por um, no mínimo, melhor. Venha ele donde vier e tenha ele quem tenha à sua frente, atrás ou nos lados.

15/01/2009

De que é que Minde precisa?

Excelente artigo no Jornal de Minde deste mês: Afinal, o que é que faz mesmo falta em Minde?

Já aqui tínhamos falado disso:
http://debater-minde.blogspot.com/2007/04/conversas-de-caf.html

Continuo sem ter uma resposta à prova de bala. Acho que para esta resposta são precisas várias cabecinhas ao mesmo tempo. E, provavelmente, não haverá uma resposta única. Mas uma coisa é certa e continuo a dizê-lo: para Minde e para o concelho do que precisamos é de um projecto, um plano com pés e cabeça; precisamos de uma visão;


Claro que para isto precisamos antes de mais de bons governantes.

De certeza do que não precisamos é de um projecto megalómano de dúzias de museus, apenas para afagar o ego do ex-presidente Azevedo, do verdadeiro presidente Marcelino e do Chefe de Gabinete/Secretário/Estudante profissional Daniel Café.