06/12/2006

gerações

Relativamente a uma proposta de um comentarista, claramente provocatória:

Minde sempre foi uma terra de comerciantes, empresários e, no último século, de industriais.
Ao contrário do espírito do comum Português, os Mindericos souberam ir mais além que o mero comércio (entendido como a compra e venda de um produto para vender com mais-valia), e começaram a produzir os seus produtos, inicialmente as mantas de Minde e depois a malha exterior (embora existam ou tenham existido outro tipos de indústrias/produtos).

O Português não tem na sua matriz a produção. O Português gosta de estar na última fase, nas vendas e no comércio puro e duro. Claro que os Mindericos sempre tiveram esse ofício – a nossa fama precede-nos –, tendo-o aprimorado de tal maneira que deu origem a um linguajar: o Calão Minderico – um dos nossos “ex-libris”. Mas acabaram por ir mais longe.

Um dia, quando o Museu do Têxtil de Minde estiver feito poderemos analisar e falar melhor dessa história (só um reparo: penso que um Museu apenas do Têxtil numa terra do tamanho de Minde não será grande ideia, mas...).

Se os industriais de 1ª geração eram ou não melhores que os da 2ª ou 3ª?!!
Entende-se a 1ª geração como os que inicialmente criaram fábricas ou como todos aqueles que criam um negócio ou uma fábrica de raiz? Para o que eu vou dizer é indiferente.

Ninguém pode afirmar quem era melhor ou pior. Isso seria uma estupidez! É o mesmo que dizer quem é melhor, se o Maradona ou o Ronaldinho, se o Fangio ou o Shumacher.
E o que é um melhor industrial? O que faz as melhores malhas? Que faz as malhas mais resistentes, as mais bonitas ou as mais quentes? Que ganha mais dinheiro? Que tem o maior volume de negócios? Que emprega mais trabalhadores? Que paga melhor aos trabalhadores? Que paga mais ou paga menos impostos? Que investe mais? Que tem mais clientes? Que tem clientes há mais anos?

Nos de 1ª geração haverá os bons e os maus, os gordos e os magros, os feios e os bonitos, os ladrões e os honestos, os com sorte e com azar, os com amigos e os sem amigos, os espertos e os burros, os com visão e os sem visão, os grandes e brilhantes, os medíocres e cinzentos, etc., etc..
Na 2ª, na 3ª , na 4ª e nas outras idem...

A evolução da sociedade e, principalmente, da conjuntura económica, social e tecnológica nos últimos anos impede qualquer comparação.
Determinar o que é que aconteceria se as fábricas que existiram fossem criadas hoje é que será mais fácil. Acho que é claro como água que seria impossível criar as fábricas de Minde – as actuais e as que já existiram – hoje.

O sector têxtil actualmente – e a maioria dos sectores – é hoje muito diferente, para muito, muito pior, do ponto de vista de Minde e dos Mindericos. Alongava muito este post se me debruçasse sobre toda a conjuntura que colocou os têxteis em crise. Se há sector onde propriamente se pode falar em grande, grande crise nacional (e europeia) é o “nosso”. Tudo o mais que for falado, principalmente por pessoas com má vontade, ressabiados e normalmente sem qualquer conhecimento do que estão a falar, é conversa da treta. São os chamados sacos de vento.

bjs Mindericos,
Polge do Ninhou

ps: Relevem é eu não ser nenhuma expert nisto, nem sequer em história Minderica e que se calhar até me esqueci de mencionar alguma coisa importante...

7 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Uma terra que vive apenas (ou quase ) de uma única actividade, quando chega uma crise como a actual fica em depressão económica.
Claro que a crise tem a ver com factores internos e externos - a tal globalização.
Mas deve haver em Minde gente com mais explicações sobre este assunto que, de facto, aflige todos os que amam essa terra.

Anónimo disse...

Uma das soluções para minde e para as terras circundantes será apostar no turismo e em actividades alternativas.

Não será uma galinha dos ovos de ouro nem substituirá uma indústria, mas sempre era positivo para a terra e para muitas pessoas.

Isto só lá vai com a implementação conjunta de uma série de coisas e actividades: museu roque gameiro, co espaço para outras exposições; com zona para conferências, etc; articulado com as colectividades de minde (o ccaorg e a banda, por ex); a recuperação da casa açores; aumento do nº de camas (uma estalagem na serra de st. antónio, por ex); desenvolvimento de ctividades altenativas, como o pára-pente, a caminhada, a observação da natureza, dos pássaros, etc; um projecto com pés e cabeça para a mata; apoio às festas populars, marchas e principalmente festivais (jazz minde); etc, etc..

Há muitas coisas que se podiam fazer. Algumas custam muito dinheiro, mas outras nem custam muito. Darão é trabalho...

É preciso é vontade e imaginação.

cumprimentos,

Anónimo disse...

eu também acho. acho que minde é uma terra tão interessante, tão interessante que até devia vir no guia michelin. Quem sabe assim os turistas podiam tirar partido dos prédios lindos que se constroem, dos aluminios nas janelas das casas de época, dos pinos fantásticos à beira da estrada empedrada. enfim uma pérola turistica. Agora até já temos que ir à mira para ver a mata, de minde, as construções tapam tudo. acho que os turistas, de parapente, iam adorar a nossa terra. boa ideia a sua jô. mas bem lá do alto da serra tá bem??

Rosa dos Ventos disse...

Então apresente uma sugestão alternativa!
Assim é que se abrem caminhos!
Não basta criticar as opiniões dos outros!

Anónimo disse...

Este blogue nunca terá grandes debates, tal como também não acontece no Portal Minderico e no Xarales.

Tirando meia dúzia de pessoas residentes em Minde, poucos têm capacidade para debater e dialogar.

Em Minde reina a tirania da incultura e do atrazadismo mental.

Por outro lado, os mindricos residentes fora estão-se a jordar no felgar para a sua terra.

Quantos e quantos mindricos por esse mundo fora e nem um fernandes são capazes de escrever nos blogues existentes.

E depois os políticos do concelho. O PÊÉSSE criou um blogue apenas para dar a conhecer as vindas dos secretários de estado amigos da Fernandinha que vêm cá debater umas merdas.

O PÊÉSSEDÊ tem um blogue com noticias de há um ano e meio !!!!

O CÊDÊÈSSE não existe.

O PÊCÊPÊ de vez em quando manda umas bocas de ambientalismo topográfico.

Os IQUAS tratram da vidinha deles.

O Antonio Frio anda cada vez mais gelado.

O menino de pexisbeque nem sabe dirigir assembleias de freguesia.

O grande dirigente da CÊGÊDÊ já tem estrada para a casa dele.

O protegido do Ti Abilio da Bonifácia que lhe gere as massas do negocio tambem fez a estrada para casa dele.

Os professores das escolas de Minde andam muito ocupados a dar aulas de substituição aos desgraçados dos seus alunos.

Isto é de dar ás de vila diogo rapidinho.

Anónimo disse...

Haja respeito pelo CAORG

http://www.caorg.blogspot.com

Anónimo disse...

Oh querida rosa eu já dei alternativas: parapente bem alto amiga! Beijos